Catástrofe.
Quando você reformar o seu carro, se o pintor for minimamente honesto ele falará que depois do carro montado ele voltará para retoques e polimento. O polimento você entende, mas a parte dos retoques...
Pois bem, vamos aos retoques.
Quando o carro foi montado percebi que havia um risco na porta. Ninguém sabe como ele chegou até ali, mas ali ele estava. Lembrei dos retoques e perdi algumas horas de sono pensando em como aquilo pôde ter acontecido.
Depois foi uma lasquinha aqui e outra alí. Estourei com o mecânico, mas ficou por isso mesmo.
Depois foi uma batida ao descer do guincho para fazer a parte elétrica. Só marcou o verniz...
Depois foi outra lasca quando do transporte para colocar os relógios.
Bem, era tanto retoque que decidi pintar de novo. Fui falar com o funileiro. Ele não estava mais lá. Os sócios brigaram e continuou no negócio o dono do dinheiro, que logo depois vendeu tudo. Começou aquela história: traz amanhã para gente dar uma olhada, pois a oficina está lotada. No dia seguinte ninguém sabe sobre o que fazer com o carro e os donos - novo e velho - desapareceram.
Como eu já disse, a restauração não deveria me dar dor de cabeça e deveria ser boa o suficiente para homenagear meu amigo de velhas aventuras.
Procurei outro pintor e negociei um preço. Afinal era só pintar o carro novamente. Porém ele se recusava dar garantia do serviço - eu ainda acredito nas pessoas - se não pudesse ser da sua maneira e o preço não seria muito diferente. Então começou tudo de novo.